quarta-feira, 7 de março de 2012

Maldição

Maldita sejas tu, mulher querida
Tu, que ao repouso antigo me tiraste
e a minha alma de ingênuo deslumbraste
com o falso brilho de uma nova vida!

Maldita seja a boca apetecida
onde a sede de amor me saciaste,
taça em que de teus beijos me ofertaste
a capitosa e pérfida bebida!

Maldito seja o amor em que me enlaço
consciente, abandonando o meu descanso
minha antiga ventura, e minha paz!

Malditas, as palavras que disseste!
Maldito, o longo beijo que me deste
e este pungente gozo que me dás!

Afonso Lopes de Almeida