sexta-feira, 30 de março de 2012
Que tipo de leitor você é?
O BÁSICO - de 0 a 0 livros por ano
Características:
De raciocínio lento, não consegue verbalizar um pensamento de forma minimamente estruturada e possui algum tipo de fanatismo religioso.
Culturalmente: Uma nulidade.
O IGNORANTE - Fantasiosamente chamado de ANALFABETO FUNCIONAL no Brasil
– de 0 a 1 livro por ano
Características: Pouco mais consegue do que verbalizar ideias feitas.
Culturalmente: Quase uma nulidade. Conhece os nomes dos participantes de reality shows e de jogadores de futebol e possui algum tipo de fanatismo religioso.
O ALIENADO - de 1 a 2 livros por ano
Características: Verbaliza as ideias de forma estruturada, mas não tem opinião própria.
Culturalmente: Utiliza redes sociais para ser notado, assisti reality shows e programas de "pegadinhas".
THE ORDINARY PEOPLE – de 2 a 5 livros por ano
Características: Tem alguma opinião, verbaliza de forma descuidada.
Culturalmente: Torcem por algum time de futebol, sabem os nomes dos jogadores, 50% assistem a reality shows e pegadinhas.
THE LIGHT PEOPLE – de 5 a 10 livros por ano
Características: Tem alguma opinião, verbalizam de forma mais cuidadosa.
Culturalmente: Torcem por algum time de futebol, sabem os nomes dos jogadores, 30% assistem a reality shows e pegadinhas.
O INTELECTUAL – de 10 a 20 livros por ano
Características: Por vezes bilíngues, verbalizam de forma cuidadosa e tem opinião sobre tudo.
Culturalmente: Sabe tudo o que os outros sabem para além daquilo que os outros não querem saber. Não assistem reality shows, partidas de futebol e programas de auditório com pegadinhas.
O ERUDITO – de 20 a 40 livros por ano
Características: Rápido, eloquente, com ideias próprias e poliglotas.
Culturalmente: Não assistem TV, não ouvem funk, forró e música baiana. Quando muito, compram DVD´s escolhidos criteriosamente.
O NERD – de 40 a ∞ livros por ano
Características: Sem dados (ninguém o vê, porque está sempre escondido atrás de um livro).
Culturalmente: Não tem vida social de espécie alguma.
Características:
De raciocínio lento, não consegue verbalizar um pensamento de forma minimamente estruturada e possui algum tipo de fanatismo religioso.
Culturalmente: Uma nulidade.
O IGNORANTE - Fantasiosamente chamado de ANALFABETO FUNCIONAL no Brasil
– de 0 a 1 livro por ano
Características: Pouco mais consegue do que verbalizar ideias feitas.
Culturalmente: Quase uma nulidade. Conhece os nomes dos participantes de reality shows e de jogadores de futebol e possui algum tipo de fanatismo religioso.
O ALIENADO - de 1 a 2 livros por ano
Características: Verbaliza as ideias de forma estruturada, mas não tem opinião própria.
Culturalmente: Utiliza redes sociais para ser notado, assisti reality shows e programas de "pegadinhas".
THE ORDINARY PEOPLE – de 2 a 5 livros por ano
Características: Tem alguma opinião, verbaliza de forma descuidada.
Culturalmente: Torcem por algum time de futebol, sabem os nomes dos jogadores, 50% assistem a reality shows e pegadinhas.
THE LIGHT PEOPLE – de 5 a 10 livros por ano
Características: Tem alguma opinião, verbalizam de forma mais cuidadosa.
Culturalmente: Torcem por algum time de futebol, sabem os nomes dos jogadores, 30% assistem a reality shows e pegadinhas.
O INTELECTUAL – de 10 a 20 livros por ano
Características: Por vezes bilíngues, verbalizam de forma cuidadosa e tem opinião sobre tudo.
Culturalmente: Sabe tudo o que os outros sabem para além daquilo que os outros não querem saber. Não assistem reality shows, partidas de futebol e programas de auditório com pegadinhas.
O ERUDITO – de 20 a 40 livros por ano
Características: Rápido, eloquente, com ideias próprias e poliglotas.
Culturalmente: Não assistem TV, não ouvem funk, forró e música baiana. Quando muito, compram DVD´s escolhidos criteriosamente.
O NERD – de 40 a ∞ livros por ano
Características: Sem dados (ninguém o vê, porque está sempre escondido atrás de um livro).
Culturalmente: Não tem vida social de espécie alguma.
quarta-feira, 28 de março de 2012
O Testamento
Um homem rico estava muito mal, agonizando.
Pediu papel e caneta.
Escreveu assim:
"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres".
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
Moral da história: A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação. E isso faz toda a diferença.
Pediu papel e caneta.
Escreveu assim:
"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres".
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
Moral da história: A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação. E isso faz toda a diferença.
domingo, 25 de março de 2012
Podes me ouvir?
Nesta terra distante, do outro lado do mundo
Não sou mais um senhor
dos meus sonhos, da minha vida.
Olhando o oceano, o horizonte distante
Vejo o ocaso e o esquecimento
E dentro de mim, a dor consome
Podes me sentir?
Ouves o gemido preso em meu peito?
E o som das correntes invisíveis que me prendem?
Vejo as nuvens, sentindo o vento e a tempestade.
Colorindo o céu de purpúrea cor
Podes me senitr?
Enfrentaria o mar tempestuoso e seus demônios
O vento em sua fúria
Desafiando com meus punhos a força dos deuses
A ti navegaria
E teu rosto seria minha estrela guia
Teu sorriso a lua
Podes me ouvir?
Não sou mais um senhor
dos meus sonhos, da minha vida.
Olhando o oceano, o horizonte distante
Vejo o ocaso e o esquecimento
E dentro de mim, a dor consome
Podes me sentir?
Ouves o gemido preso em meu peito?
E o som das correntes invisíveis que me prendem?
Vejo as nuvens, sentindo o vento e a tempestade.
Colorindo o céu de purpúrea cor
Podes me senitr?
Enfrentaria o mar tempestuoso e seus demônios
O vento em sua fúria
Desafiando com meus punhos a força dos deuses
A ti navegaria
E teu rosto seria minha estrela guia
Teu sorriso a lua
Podes me ouvir?
sábado, 24 de março de 2012
Políticamente incorreto... e dai?
O General Montgomery estava sendo homenageado, pois venceu Rommel na batalha da África, na II Guerra Mundial e em seu discurso disse:
"Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói"
Churchill,comentou com o colega ao lado:
"Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele."
Winston Churchill
O repórter pergunta ao velho Churchill,
Churchill, qual o segredo dessa longevidade?
E Churchill responde... O esporte, meu caro, o esporte... nunca o pratiquei.
Winston Churchill
Um fanático é uma pessoa que não pode mudar de opinião e que não muda de assunto.
Winston Churchill
O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual de benesses; o do socialismo é a distribuição por igual das misérias.
Winston Churchill
"Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói"
Churchill,comentou com o colega ao lado:
"Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele."
Winston Churchill
O repórter pergunta ao velho Churchill,
Churchill, qual o segredo dessa longevidade?
E Churchill responde... O esporte, meu caro, o esporte... nunca o pratiquei.
Winston Churchill
Um fanático é uma pessoa que não pode mudar de opinião e que não muda de assunto.
Winston Churchill
O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual de benesses; o do socialismo é a distribuição por igual das misérias.
Winston Churchill
quarta-feira, 7 de março de 2012
Outono
Quando ao cair das folhas pelo outono,
tu fores procurar no Campo-Santo
minha cruz, hás de vê-la num recanto
como atirada em místico abandono.
Sobre o leito em que durmo o último sono
verás de flores um rosado manto,
que regarás com lágrimas, enquanto
caírem folhas mortas pelo outono...
São flores que nasceram de meu peito.
Colhe-as tu, de joelhos, com respeito,
num gesto de carinho e de meiguice,
para enfeitar, à tarde; os teus cabelos:
- são poemas que pensei sem escrevê-los,
e palavras de amor que não te disse . . .
Stecchetti
tu fores procurar no Campo-Santo
minha cruz, hás de vê-la num recanto
como atirada em místico abandono.
Sobre o leito em que durmo o último sono
verás de flores um rosado manto,
que regarás com lágrimas, enquanto
caírem folhas mortas pelo outono...
São flores que nasceram de meu peito.
Colhe-as tu, de joelhos, com respeito,
num gesto de carinho e de meiguice,
para enfeitar, à tarde; os teus cabelos:
- são poemas que pensei sem escrevê-los,
e palavras de amor que não te disse . . .
Stecchetti
Fatalidade
Por mim passaste no correr dos anos,
dos anos ao correr por ti passei;
não me inspiraste sonhos nem enganos,
nem enganos nem sonhos te inspirei.
A teu respeito nunca tive planos
e, quanto a mim, não os tiveste, eu sei;
em não me amando não sofreste danos,
danos, por não te amar, não amarguei.
Mas, num dia fatal do meu destino,
tudo mudou e eu vi-me dominado
por estranha paixão, um desatino!
E, hoje, me julgo, já desiludido,
um venturoso por te haver achado,
um desgraçado por te haver perdido.
Stecchetti
dos anos ao correr por ti passei;
não me inspiraste sonhos nem enganos,
nem enganos nem sonhos te inspirei.
A teu respeito nunca tive planos
e, quanto a mim, não os tiveste, eu sei;
em não me amando não sofreste danos,
danos, por não te amar, não amarguei.
Mas, num dia fatal do meu destino,
tudo mudou e eu vi-me dominado
por estranha paixão, um desatino!
E, hoje, me julgo, já desiludido,
um venturoso por te haver achado,
um desgraçado por te haver perdido.
Stecchetti
Beijo póstumo
Eu morrerei: a grande noite austera
vem chegando com o tempo que não para;
já a cova negra minha carne espera
e, abrifauce e faminta, se prepara...
Quando tudo renasce à primavera,
eu só não tornarei da terra ávara;
e, do meu corpo, que não chão se altera,
brotará a mangerona, humilde e rara.
Em nome deste amor, vai lá, querida,
e sobre a tumba compassiva e pura,
colhe uma planta de meu ser nutrida.
Beija-a, porque aos teus beijos de ternura,
logo os meus ossos, como outrora em vida,
palpitarão de amor na sepultura.
Stecchetti
vem chegando com o tempo que não para;
já a cova negra minha carne espera
e, abrifauce e faminta, se prepara...
Quando tudo renasce à primavera,
eu só não tornarei da terra ávara;
e, do meu corpo, que não chão se altera,
brotará a mangerona, humilde e rara.
Em nome deste amor, vai lá, querida,
e sobre a tumba compassiva e pura,
colhe uma planta de meu ser nutrida.
Beija-a, porque aos teus beijos de ternura,
logo os meus ossos, como outrora em vida,
palpitarão de amor na sepultura.
Stecchetti
Repúdio
Podes-me repudiar, então, quando quiseres;
agora mesmo, quando o mundo me crucia.
agora mesmo, quando o mundo me crucia.
À cólera da sorte aliado, se o preferes,
apressa-te a ensejar-me a fatal agonia.
Ah! se o meu coração vencer tal crueldade,
não venhas mitigar a angústia em que me fine.
Não abrandes a fúria atroz da tempestade,
deixa que o ideado mal de todo me arruíne.
Se me hás de repudiar, repito, seja logo,
não depois que eu tiver outros males passado.
Assalta-me de pronto e já; assim, me afogo,
primeiro, na pior dor que pode dar-me o fado,
e outras dores que, após, me encham o coração,
tendo-te perdido eu, nem dores mais serão.
Shakespeare
Em minha desgraça
Quando em minha desgraça e sem fortuna sigo
dos homens desprezado, e minha sorte choro,
praguejo contra os céus insensíveis, deploro
meu destino, e em protesto inútil me maldigo.
E os ricos de esperança invejo, e, num momento,
anseio ter também prazeres, alegrias,
tudo o que, à alma nos traz algum contentamento
e de amizades enche o decorrer dos dias...
Mas se assim desolado estou, e penso em ti,
tal como a cotovia ao vir da madrugada,
canto à espera do sol, à luz que ainda não vi,
e me sinto feliz, e sou rico talvez,
pois tendo o teu amor em minha alma encantada,
nem troco o meu Destino e nem invejo os Reis!
Shakespeare
dos homens desprezado, e minha sorte choro,
praguejo contra os céus insensíveis, deploro
meu destino, e em protesto inútil me maldigo.
E os ricos de esperança invejo, e, num momento,
anseio ter também prazeres, alegrias,
tudo o que, à alma nos traz algum contentamento
e de amizades enche o decorrer dos dias...
Mas se assim desolado estou, e penso em ti,
tal como a cotovia ao vir da madrugada,
canto à espera do sol, à luz que ainda não vi,
e me sinto feliz, e sou rico talvez,
pois tendo o teu amor em minha alma encantada,
nem troco o meu Destino e nem invejo os Reis!
Shakespeare
Remorso atroz
Quando fores dormir, ó bela tenebrosa,
num negro mausoléu de mármore, e não
tiveres por alcova e morada senão
uma fossa profunda e uma tumba chuvosa;
quando a pedra, oprimindo essa carne medrosa
e esses flancos sensuais de morna lassidão,
impedir de querer e arfar teu coração,
e teus pés de seguir a trilha aventurosa,
o túmulo que tem um confidente em mim,
- porque o túmulo sempre há de entender o poeta -,
na insônia sepulcral dessas noites sem fim,
dir-te-á: "De que serviu, cortesã incompleta,
não ter tido o que em vão choram os mortos sós?"
- E o verme te roerá como um remorso atroz.
Baudelaire
num negro mausoléu de mármore, e não
tiveres por alcova e morada senão
uma fossa profunda e uma tumba chuvosa;
quando a pedra, oprimindo essa carne medrosa
e esses flancos sensuais de morna lassidão,
impedir de querer e arfar teu coração,
e teus pés de seguir a trilha aventurosa,
o túmulo que tem um confidente em mim,
- porque o túmulo sempre há de entender o poeta -,
na insônia sepulcral dessas noites sem fim,
dir-te-á: "De que serviu, cortesã incompleta,
não ter tido o que em vão choram os mortos sós?"
- E o verme te roerá como um remorso atroz.
Baudelaire
Soneto I
Na alma tenho um segredo e na vida um mistério,
um grande e eterno amor num momento irrompido;
é um mal sem esperança, e assim, profundo e sério,
aquela que o causou nem sabe que é nascido.
Azar! Passo a seu lado, em vão, despercebido,
portanto, sempre só, sem nenhum refrigério,
e hei de chegar ao fim, à campa, ao cemitério,
nada ousando pedir ou tendo recebido.
E ela que o céu criou boa e terna, hei de ver
seu caminho a seguir, e a ouvir sem entender
o murmúrio de amor que a seus pés se erguerá...
A um austero dever, piedosa, se desvela,
e dirá, quando ler meus versos cheios dela:
- Que mulher será essa? - E não compreendera.
Anvers
um grande e eterno amor num momento irrompido;
é um mal sem esperança, e assim, profundo e sério,
aquela que o causou nem sabe que é nascido.
Azar! Passo a seu lado, em vão, despercebido,
portanto, sempre só, sem nenhum refrigério,
e hei de chegar ao fim, à campa, ao cemitério,
nada ousando pedir ou tendo recebido.
E ela que o céu criou boa e terna, hei de ver
seu caminho a seguir, e a ouvir sem entender
o murmúrio de amor que a seus pés se erguerá...
A um austero dever, piedosa, se desvela,
e dirá, quando ler meus versos cheios dela:
- Que mulher será essa? - E não compreendera.
Anvers
Eterna adorada
Quando a própria voz dos pensamentos se cala
e em mim ressoa um canto doce e piedoso,
então, te invoco; ouvirás o meu apelo?
Das brumas frias em que nadas, irás libertar-te?
Irão iluminar a noite profunda
os teus olhos grandes, portadores de paz?
Ressurges das sombras dos tempos idos,
para ver-te voltar - como em sonho, assim, viva!
Desces devagar... perto, mais perto,
aconchegas-te novamente sorrindo à minha face,
oh, teu amor como um suspiro mostra-o,
com tuas pestanas tocas as minhas pálpebras,
que eu sinta a vibração do teu abraço
perdida para sempre, eterna adorada.
Mihail Eminescu
e em mim ressoa um canto doce e piedoso,
então, te invoco; ouvirás o meu apelo?
Das brumas frias em que nadas, irás libertar-te?
Irão iluminar a noite profunda
os teus olhos grandes, portadores de paz?
Ressurges das sombras dos tempos idos,
para ver-te voltar - como em sonho, assim, viva!
Desces devagar... perto, mais perto,
aconchegas-te novamente sorrindo à minha face,
oh, teu amor como um suspiro mostra-o,
com tuas pestanas tocas as minhas pálpebras,
que eu sinta a vibração do teu abraço
perdida para sempre, eterna adorada.
Mihail Eminescu
Luz e sombras
Contradição estranha: eu te quero e te odeio!
Quando estás longe, sofro, e sofro quando estás
bem junto a mim, cantando, em voluptuoso enleio,
"1'éternelle chanson" mentirosa e falaz.
- De que serve sonhar, se o sonho só nos traz
novas desilusões? - Para que tanto anseio,
se logo após me rói a Dúvida minaz,
e sinto dominar-me um singular receio?!
- De que serve, afinal, amar desta maneira
a tua carne em flor, se na hora derradeira
há de extinguir-se a luz do teu olhar bendito,
e hás de volver ao pó dos abismos profundos?
És nada em face ao nada, átomo em face aos mundos,
e és tudo para mim no tempo e no infinito!
Quando estás longe, sofro, e sofro quando estás
bem junto a mim, cantando, em voluptuoso enleio,
"1'éternelle chanson" mentirosa e falaz.
- De que serve sonhar, se o sonho só nos traz
novas desilusões? - Para que tanto anseio,
se logo após me rói a Dúvida minaz,
e sinto dominar-me um singular receio?!
- De que serve, afinal, amar desta maneira
a tua carne em flor, se na hora derradeira
há de extinguir-se a luz do teu olhar bendito,
e hás de volver ao pó dos abismos profundos?
És nada em face ao nada, átomo em face aos mundos,
e és tudo para mim no tempo e no infinito!
Maldição
Maldita sejas tu, mulher querida
Tu, que ao repouso antigo me tiraste
e a minha alma de ingênuo deslumbraste
com o falso brilho de uma nova vida!
Maldita seja a boca apetecida
onde a sede de amor me saciaste,
taça em que de teus beijos me ofertaste
a capitosa e pérfida bebida!
Maldito seja o amor em que me enlaço
consciente, abandonando o meu descanso
minha antiga ventura, e minha paz!
Malditas, as palavras que disseste!
Maldito, o longo beijo que me deste
e este pungente gozo que me dás!
Afonso Lopes de Almeida
Tu, que ao repouso antigo me tiraste
e a minha alma de ingênuo deslumbraste
com o falso brilho de uma nova vida!
Maldita seja a boca apetecida
onde a sede de amor me saciaste,
taça em que de teus beijos me ofertaste
a capitosa e pérfida bebida!
Maldito seja o amor em que me enlaço
consciente, abandonando o meu descanso
minha antiga ventura, e minha paz!
Malditas, as palavras que disseste!
Maldito, o longo beijo que me deste
e este pungente gozo que me dás!
Afonso Lopes de Almeida
Em memória
Do que foi um Amor, uma doçura
sem par, feita de sonho e de alegria,
resta somente agora a cinza fria
que retém esta pálida envoltura.
A orquídea de esquisita formosura,
a borboleta em vã policromia
deixaram a fragrância e a galhardia,
legado para a minha desventura.
Sua lembrança sobre tudo impera;
de seu sepulcro minha dor a arranca;
minha fé a cultua; o amor a espera;
mas devolvo-a à luz com a mesma e franca
risada matinal de primavera:
nobre, modesta, carinhosa e branca!
Guillermo Valencia
sem par, feita de sonho e de alegria,
resta somente agora a cinza fria
que retém esta pálida envoltura.
A orquídea de esquisita formosura,
a borboleta em vã policromia
deixaram a fragrância e a galhardia,
legado para a minha desventura.
Sua lembrança sobre tudo impera;
de seu sepulcro minha dor a arranca;
minha fé a cultua; o amor a espera;
mas devolvo-a à luz com a mesma e franca
risada matinal de primavera:
nobre, modesta, carinhosa e branca!
Guillermo Valencia
As cinzas de um crepúsculo
As cinzas de um crepúsculo, Senhora,
- rota a cinzenta nuvem da tormenta -
pintaram sobre a rocha pardacenta
no cerro, ao longe, um resplendor de aurora;
uma estática aurora em rocha fria
que assombra e que apavora o caminhante,
mais que feroz leão, em claro dia,
ou nas dobras da serra, a ursa gigante.
Com o fogo de um amor que é meu tormento
entre a esperança e o medo um sonho esboço,
procuro o mar, além... o esquecimento;
não, como à noite, a rocha, é o amor vosso,
enquanto o mundo gira em sombras, lento...
Não me chameis, porque voltar não posso.
Antonio Machado
- rota a cinzenta nuvem da tormenta -
pintaram sobre a rocha pardacenta
no cerro, ao longe, um resplendor de aurora;
uma estática aurora em rocha fria
que assombra e que apavora o caminhante,
mais que feroz leão, em claro dia,
ou nas dobras da serra, a ursa gigante.
Com o fogo de um amor que é meu tormento
entre a esperança e o medo um sonho esboço,
procuro o mar, além... o esquecimento;
não, como à noite, a rocha, é o amor vosso,
enquanto o mundo gira em sombras, lento...
Não me chameis, porque voltar não posso.
Antonio Machado
A fonte de sangue
Muitas vezes parece jorrar o meu sangue
como uma fonte - então me sinto vago, exangue;
ouço-o como um murmúrio surdo em minha vida
mas me atormento em vão, sem achar a ferida.
Pela cidade inteira a escorrer, vai formando
sobre um campo fechado, ilhas de vez em quando,
e vai matando a sede a cada criatura
pondo em tudo o que toca uma rubra moldura.
Tenho pedido sempre aos vinhos capitosos
esquecer, por um dia, essa angustia tão rara,
- o bom vinho que à vista e que ao ouvido aclara.
E só no amor achei os sonos generosos,
mas o amor para mim a um leito em brasas, feito
para um sofrer cruel! E um inferno em meu peito!
Baudelaire
como uma fonte - então me sinto vago, exangue;
ouço-o como um murmúrio surdo em minha vida
mas me atormento em vão, sem achar a ferida.
Pela cidade inteira a escorrer, vai formando
sobre um campo fechado, ilhas de vez em quando,
e vai matando a sede a cada criatura
pondo em tudo o que toca uma rubra moldura.
Tenho pedido sempre aos vinhos capitosos
esquecer, por um dia, essa angustia tão rara,
- o bom vinho que à vista e que ao ouvido aclara.
E só no amor achei os sonos generosos,
mas o amor para mim a um leito em brasas, feito
para um sofrer cruel! E um inferno em meu peito!
Baudelaire
Le bonheur de ce monde
Ter uma casa boa, limpa e bem cuidada
um variado jardim de canteiros cheirosos,
frutos, bom vinho, filhos pouco numerosos,
possuir só, sem alarde, uma esposa afeiçoada;
não ter contas, amor, questões, demandas, nada
de partilha a fazer com parentes cuidosos,
com pouco se fartar, descrer dos poderosos,
seus desejos regrar por pauta moderada;
viver tendo franqueza e não tendo ambição,
entregar-se sem pejo à sua devoção,
domar suas paixões, conte-las com acerto;
conservar a alma livre e o julgamento forte,
rezar enquanto medra o enxerto
e esperar docemente em sua casa a morte.
Cristophe Plantin
um variado jardim de canteiros cheirosos,
frutos, bom vinho, filhos pouco numerosos,
possuir só, sem alarde, uma esposa afeiçoada;
não ter contas, amor, questões, demandas, nada
de partilha a fazer com parentes cuidosos,
com pouco se fartar, descrer dos poderosos,
seus desejos regrar por pauta moderada;
viver tendo franqueza e não tendo ambição,
entregar-se sem pejo à sua devoção,
domar suas paixões, conte-las com acerto;
conservar a alma livre e o julgamento forte,
rezar enquanto medra o enxerto
e esperar docemente em sua casa a morte.
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