quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A luz das trevas

É mais fácil a luz vir das trevas do que da indecisão dos crepúsculos vespertinos.


Plinio Salgado

O estado e a lei

O Estado vive na lei escrita; o governo vive nos atos que pratica para fazer viver a lei do Estado.

Plinio Salgado

A honestidade e a abnegação

A honestidade do homem público consiste em edificar sobre rocha viva as construções para a Humanidade, edificando sobre areia movediça as construções do seu conforto particular.

Plinio Salgado

O sangue

Onde há sangue não há ridículo e até, quase sempre o ridículo batizado de sangue torna-se sublime.

Plinio Salgado

A percepção

Alongando-se das verdades eternas, o homem perde a percep­ção das linhas simples, das tonalidades puras do Universo; lança-se na confusão dos sentimentos, perturba os sentidos e as ideias e acaba por abdicar da própria personalidade, subordinando-se à mutação constante dos efémeros, dos impositivos transitórios do meio externo. Julgando-se livre, desorienta-se e escraviza-se; imaginando-se forte, é fraco; supondo-se feliz, é desgraçado; e, querendo ser alegre, é triste.

Plinio Salgado

A moralidade do trabalho

O Trabalho, examinada a questão a fundo, é a fonte de todos os direitos públicos e privados porque o direito, sendo um conceito de equilíbrio inspirado na moralidade só poderia ter origem num dever que oferece as normas seguras da moralidade.
 
Plinio Salgado

O trabalho

O Trabalho, elemento essencial, único, das manifestações da vida do indivíduo, da família, do grupo profissional, da sociedade, do Estado e da Humanidade, nós o consideramos, ao mesmo tempo, como "sujeito" e como "objeto". 
O Trabalho é "sujeito", quando o encaramos como força propulsora da economia e fonte originária do Estado; o Trabalho é "objeto", quando o tomamos como energia, cujo desenvolvimento deve submeter-se à moral humana e ao espí­rito de justiça e de equilíbrio que o Estado encarna.

Plinio Salgado

Palavra e ação

A palavra nada vale sem a ação. 
Os vossos movimentos na oratória simbolizam os vossos exemplos e as vossas atividades na vida. 
Os que falam e não agem são como a palha seca: de nada servem 
A palavra sozinha nada consegue. É preciso falar e agir. 
O ensino não se transmite pelo que se fala, se o que se fala não for acompa­nhado pelo que se faz. 
Todos aqueles que temem a força da palavra, quando concedem a liberdade de falar coíbem a liberdade de agir.

Plinio Salgado

A personalidade da pátria

A personalidade de uma Pátria não se baseia apenas na con­formação cartográfica ou na fisionomia do seu espaço físico, pois se tal se desse, teríamos um corpo sem alma; ela compreende tam­bém as origens da Nação e o seu desenvolvimento intelectual, moral, espiritual, através do tempo. Espaço e tempo, eis os materiais em que trabalha o espírito de um povo na construção de uma Pátria.

Plinio Salgado

O traidor

Os traidores não amam nem odeiam; não se apegam a ne­nhuma doutrina, não se tolhem sob nenhum preconceito, não se comprometem com nenhuma palavra. Aguardam a oportunidade. 
Todo o traidor é oportunista. Nenhum deles se precipita. Não conhece o que seja pressa. No meio do caminho de lama que palmi­lha, pode mudar de rumo, adotar novas atitudes, ceder às cir­cunstâncias, adiar, protelar indefinidamente. 
Um dia, a hora chega. A sua hora. Acabam-se os últimos es­crúpulos; desmascara-se a mansuetude servil; o cordeiro arranca a pele e aparece o lobo. Consuma-se a traição.

Plinio Salgado