quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sólon e a felicidade

Sabendo que a vida dos homens é sujeita a uma série de vicissitudes e mudanças, nossa filosofia não nos permite glorificar os bens que nós mesmos desfrutamos, nem admirar nos outros uma felicidade que pode ser passageira e não ter nada de real.
O futuro é para cada homem uma rede de acidentes completamente diversos que não podem ser previstos.
Portanto, só nos parece feliz aquele a quem Deus concede felicidade até o último minuto de sua vida.

Sólon

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O filhote de leão

É assim que um homem, na sua casa, alimenta um filhote de leão arrancado da mãe que ele amava.

Nos primeiros tempos de sua vida, o animal, domesticado, acaricia as crianças e diverte os velhos...

Mas com o tempo, ele revela o instinto herdado.

Em troca dos cuidados que tiveram os seus benfeitores, ele massacra impiedosamente e se oferece um festim para o qual não foi convidado.

A casa é inundada de sangue, de incurável pesar, de carnificina desastrosa para seus habitantes.

Assim também são os ingratos.

A diferença é que o leão herda seu instinto e o ingrato age por maldade.

Eu não quero pensar mais..



E que para mim tudo está terminado.
Mas, quando as coisas duram muito tempo, pode-se dizer que elas, às vezes dão certo, às vezes errado.
Quem, com efeito, exceto os deuses, está ao abrigo do mal durante toda a sua existência?
Deverei contar-lhes as nossas fadigas, as nossas penosas noites ao ar livre, os pequenos espaços onde nos deitávamos no chão?
Que hora do dia não nos ouviu gemer e lamentar?
Dormindo diante das fortificações do inimigo, e do céu e da terra, a chuva e o orvalho dos prados escorria sobre nós, molhando sem cessar roupas e corpos.
E se lhes descrevesse o inverno matador de pássaros, que a neve tornava intolerável, ou o verão ardente quando, ao meio-dia o mar calmo e sem ondas dorme no seu leito.
Mas de que serve atormentar-se?
O castigo acabou, acabou mesmo.
Os mortos não se erguem da terra ensanguentada.
De que serve contar os mortos e fazer sofrer aos vivos a ira da sorte?
Eu não quero pensar mais na desgraça.

Homero