quarta-feira, 31 de maio de 2017

Molho Inglês - Como fazer

Ingredientes:

Líquidos:

1500 ml de vinagre branco
75 ml de aguardente

Outros:

300 gramas de açúcar

Sólidos:
80 gramas de sal refinado
15 gramas de pimenta branca ou pimenta da Jamaica
15 gramas de pimenta do reino
30 gramas de gengibre
3 gramas de cravos
6 gramas de noz-moscada
1 pé de aipo
Meia folha de louro
1 punhado de salsa
1 galho seco de orégano

Preparo:

Passe pelo processador ou máquina de moer, todos os ingredientes sólidos.
Ponha o açúcar em uma panela e mexa este sem parar até que ele fique marrom (Não adicione água).
Junte o vinagre (Sempre mexendo) e os ingredientes sólidos que você processou.
Deixe ferver por 15 ou 20 minutos.
Retire do fogo e despeje tudo em um pote de boca larga, deixe esfriar e tampe-o.
Deixa a mistura descansar por aproximadamente dois ou três dias, coe a mistura e adicione a ela a aguardente.
Deixe agora esta mistura descansar por mais cinco dias, mexendo uma vez por dia com uma colher de pau.
Após este tempo, coe definitivamente a mistura e deixe-a ficar em um pote tampado o maior tempo possível. O ideal é que esta mistura fique maturando aproximadamente por Três meses.
Após isto, engarrafe e use.

Dica: Quanto mais tempo o molho ficar maturando, mais o seu sabor se acentuará, ficará mais forte.

Ovos - Tempo de cozimento


Bifes fáceis

A melhor carne para bifes são o filé e o contra-filé, mas a alcatra, o coxão mole e o patinho também podem ser utilizadas.
Corte os bifes com aproximadamente 2cm, seguindo o fio da carne. 
Evite cortar os bifes finos, pois a carne tende a ficar dura como madeira e perde toda sua suculência.

Laves-os e enxugue-os.


Se desejar, tempere com sal, alho, algumas gotas de vinagre ou limão e pimenta do reino ou algumas gotas de molho ingês,
bata-os levemente com um batedor de carne para que o tempero penetre na carne.

Na hora de servir, frite-os na manteiga (A manteiga tende a deixar a carne mais macia) ou azeite bem quente, de ambos os lados, alternando por aproximadamente uns 10 segundos a fritura de cada lado, até que fique no ponto desejado.

Sirva com salsa picada ou com um molho feito de cebola em rodelas, tomates picados e salsa picadinha na mesma firigideira em que os fritou. Este molho deve ser feito após a fritura, aproveitando o caldo que ficou na frigideira.

Bifes a cavalo:
Após ter feito os bifes, frite um ovo para cada bife feito, tomando cuidado para que as gemas não se desmanchem. Uma dica é pingar uma gota de vinagre sobre a gema.
Arrume cada ovo sobre cada bife e sirva com molho inglês.

Bifes à inglêsa:
Corte uns bifes grossos, tempere-os com sal e gotas de vinagre e pimenta do reino.
Frite-os em manteiga bem quente de ambos os lados até ficarem bem corados.
Sirva-os com batatas cozidas, na água ou vapor, passadas na manteiga para que fiquem bem coradas.

Bifes à maitre:
Corte uns bifes de bom tamanho, tempere-os com alho, gotas de limão e pimenta do reino.
Frite-os em manteiga bem quente de ambos os lados até ficarem bem corados.
Sirva-os com batatas fritas, pedaços de palmito e champignons, corando estes dois últimos na manteiga.

Bifes à milanesa:
Corte os bifes, temepere-os com sal, alho, pimenta do reino, algumas gotas de limão e um galho de salsa;
Deixe-os assim temperados por uma hora;
Passe-os na farinha de rosca, um por um, e bata-os com um batedor de carne para que a farinha de rosca fique entranhada neles;
Após isto, torne a passá-los na farinha de rosca e os reserve;
Na hora de servir, passe-os em ovos batidos e frite-os de ambos os lados em óleo bem quente;
A medida em que forem fritos, coloque-os em uma peneira para que fiquem secos.
Experimente servi-los com gomos de laranja (Fatie uma laranja, tirando a casca superior e a branca suavemente, deixando apenas os gomos).

Bifes com champignons:
Ponha os bifes de filé mignon de molho no leite, com sal e pimenta por 20 minutos;
Depois destes 20 minutos, ponha 1 colher de manteiga na frigideira, fritando de ambos os lados até ficarem bem corados;
Depois de prontos os bifes, faça o molho com uma colher de farinha de trigo levemente torrada (pode ser casca de pão bem esfarelada), 1 colher de manteiga, o molho onde estiveram os bifes antes de fritar, 1 xicara de creme de leite e os champignons cortados ao meio. Acrescente água, caso o molho comece a ficar com a consistência muita dura ou seca.
Derrame por cima dos bifes e os sirva bem quentes.

Bife acebolado:
Corte alguns bifes grossos, tempere-os com sal, alho, algumas gotas de molho inglês, um pouquinho de louro e pimenta do reino;
Frite-os em manteiga bem quente de ambos os lados até ficarem bem corados e ponha-os em uma travessa;
No mesmo caldo dos bifes que ficou na frigideira, refogue 2 cebolas partidas em rodelas, uma colher de vinagre, deixe ferver por 5 minutos e derrame por cima dos bifes.

Bifes grelhados:
Corte e tempere os bifes com pimenta do reino, ou algumas poucas gotas de molho inglês se desejar;
Antes de assá-los, passe um pouco de manteiga em cada um e asse-os na grelha dos dois lados.
Sirva-os com salsa picada por cima e batatas cozidas, na água ou vapor, passadas na manteiga para que fiquem bem coradas.

Bifes enrolados:
Corte os bifes e tempere-os com sal, alho, pimenta do reino e algumas gotas de vinagre ou limão;
Pique em um prato um pouco de mortadela (pode-se usar também presunto de perú defumado, salame, ou bacon), salsa picada e um pouco de queijo ralado;
Misture tudo, ponha um pouco dessa mistura no meio de cada bife, enrole-o e prenda com palito ou amarre com linha culinária grossa;
Refogue os bifes em uma panela em óleo ou azeite bem quente;
Quando estiverem corados, junte cebola em rodelas, e algumas fatias de tomate e deixe refogar mais um pouco;
Junte agora um pouco de água e cheiro verde;
Deixe cozinhar em fogo brando.
Ao servir, engrosse o molho com um pouquinho de farinha de trigo.
Para servir, caso tenha utilizado a linha culinária, retire-a.

Bifes enrolados com ovos cozidos:
Corte a carne, de preferência uma carne mais consistente, como coxão mole em fatias bem finas;
Esfrege neles um pouco de sal e pimenta do reino e os bata suavemente para o tempero entranhar na carne;
Dentro de cada carne, coloque fatias de ovos cozidos, enrole-os e os amarre com linha culinária;
Na panela, frite-os em manteiga bem quente até corar e depois abafe-os até cozinhar;
Depois de cozidos, tire a linha e os corte ao meio ou em fatias se desejar e sirva-os.
Engrosse o molho da panela, juntando molho de tomate.


Bife com mostarda e mel

Corte alguns bifes com aproximadamente 4cm de expessura.
Corte, abrindo cada bife - não totalmente, como se fossem um livro aberto.
Ponha a manteiga na frigideira já quente, deixa-a ferver. Ficar bem quente.
Coloque o bife na frigideira, ponha sobre um lado dele, mostarda misturada com mel. Não muito, o ideal seria uma colher de sobremesa.
Frite o bife, de ambos os lados. Virando-o até que fique corado.
 

Acompanhamento:
Cozinhe no vapor, algumas rodelas de cenoura e de batata.
No mesmo caldo dos bifes que ficou na frigideira, doure a cenora e a batata cozida no vapor.
Arrume-as ao lado do bife, sirva com arroz branco


Bife com glucose de milho (Karo)
Corte alguns bifes com aproximadamente 4cm de expessura.
Corte, abrindo cada bife - não totalmente, como se fossem um livro aberto.
Ponha a manteiga na frigideira já quente, deixa-a ferver. Ficar bem quente.
Coloque o bife na frigideira, ponha sobre um lado dele um "fio" de glucose de milho com aproximadamente 2cm de comprimento.
Frite o bife, de ambos os lados. Virando-o até que fique corado.
No mesmo caldo dos bifes que ficou na frigideira, doure alguns champignons e coloque-os sobre os bifes.

Acompanhamento:

Cozinhe no vapor, algumas rodelas de cenoura e brócolis.
Arrume-as ao lado do bife, sirva com arroz branco e batata palha.

Sándor Lévay

Na noite de 13 para 14 de janeiro da 1943, no rio Don, encontravam-se colocadas as baterias do VI Regimento húngaro da artilharia, "Klapka Gyorgy".

Ali em uma das baterias, seu comandante, o Tenente Sándor Lévay, velava à espera da manhã. Imaginava talvez o inferno que explodiria algumas horas depois.

E o inferno chegou. Chegou com as primeiras luzes da manhã. Os canhões dos vermelhos, em uníssono, como que respondendo a uma só ordem, abriram fogo, atroando o espaço e levantando nuvens de terra e concreto, com o impacto de seus disparos.

As posições húngaras, golpeadas, sem descanso, começaram a ceder. Logo após veio a retirada, em busca de maior proteção. Ao ser rompida a frente, apenas alguns pontos resistiam à investida comunista.

Por fim, em meio àquele dilúvio de projéteis, um posto permaneceu isolado como uma ilha no vórtice da tempestade

Era "Gibraltar", designação em código pela qual era conhecido o posto de observação do Tenente Lévay.
De "Gibraltar", na primeira linha, partia o fogo cujas quatro baterias húngaras que respondiam ao canhoneio dos comunistas.
E em "Gibraltar", o jovem tenente, com seu telêmetro, era quem o orientava.

Por fim, em meio àquele estrondo ensurdecedor, onde se confundiam o zunir dos próprios projéteis húngaros e os dos inimigos com o espocar das granadas de todos os calibres, o lamento dos feridos com as ordens de comando, o Tenente Lévay encontrava-se praticamente sozinho, isolado de seus camaradas, irremediavelmente condenado.

Da retaguarda húngara, com uma clara visão da situação, partiu uma ordem telefônica:
"Tenente Lévay, deve empreender a retirada. O comandante de seu batalhão está morto. A segunda bateria já foi obrigada a retirar-se. Oskino foi tomada pelos comunistas. Pode sair unicamente pela IV bateria. Apresse-se. Estamos aguardando."

Ao que o tenente Lévay responde:
"Meu coronel, daqui não saio. Estou num excelente ponto de observação. Somente me retirarei quando não mais puder ser útil."

Às 11 da manhã, o fogo inimigo continuava, sem trégua. Outra vez escutou-se o chamado do único telefone com que contava a retaguarda para comunicar-se com o posto de Lévay: "Tenente, é uma ordem! Apresente-se imediatamente. Não aceito nenhuma recusa. Execute-a imediatamente!".

Eram 3 horas da tarde, e todos ouviam ainda sua voz, a comandar as baterias húngaras.
Finalmente, devido a exigências da situação, os disparos da artilharia tiveram de ser dirigidos praticamente sobre a posição de Lévay. Os comunistas encontravam-se a poucos passos do local.

Foi então que um oficial da V bateria, seu melhor amigo, tomou o telefone:
"Sanyi, não sejas louco, retire-se! Pela direção de nossos disparos, vejo que estamos quase bombardeando tua posição".

O tenente Lévay dá uma resposta, lacônica, parecia vir do século V antes de Cristo, das Termópilas:
"Enquanto puder ser útil, não me retirarei. Dois de nós ainda estão vivos, temos duas granadas e duas pistolas cada um. Vou orientar os últimos disparos".

O oficial, seu amigo, diz:
"Tudo bem... Vou atirar com tudo o que eu tiver por 3 minutos sobre os vermelhos. E você tenta se retirar! Se não der certo que Deus esteja com você".

O fogo recrudesceu. Três minutos depois, apenas o silêncio reinava na posição ocupada pelo heroico tenente. Chamava-se Sándor Lévay e tinha 23 anos. Seus camaradas jamais se esqueceram de seu eterno sorriso e de seus alegres olhos azuis.

Trecho do livro formado pelos diários dos combatentes húngaros:

A magyar katona a második világháborúban
O exército húngaro na Segunda Guerra Mundial.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Brasil - O país da hipocrisia


"A cidade é um monstro onde as epidemias se albergam dançando sabats magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e acaçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal, exceção feita da que se chama Rua do Ouvidor, onde o "homem do burro sem rabo", cruza com o elegante da região tropical, que traz no mês de fevereiro sobrecasaca preta de lã inglesa, e dilui-se em cachoeiras de suor.

O povo está sem instrução. A industria desprotegida. Os Serviços públicos, de molas perras. Só o comércio progride, o "honrado comércio desta praça" com o comendador a frente, o quilo de 800 gramas, o metro de 70cm."
 
Luiz Edmundo - In Rio de Janeiro em Prosa e Verso



"Em um século em que se recompensa o talento, a Providência me trouxe a um país onde isso não importa. Sofro os horrores da miséria, e minha cabeça está plena de descobertas. Nenhuma alma me escuta, nem me compreenderia. Aqui só se dá valor ao ouro, só se ocupam de política, comércio, açúcar, café e carne humana. Sem dúvida conheço algumas almas grandes e belas, mas essas, em número muito reduzido, não têm formação na minha linguagem, e eu respeito sua ignorância."

"Como eu tratei pouco da photographia por precisar de meios mais complicados, e de sufficientes conhecimentos chimicos, não disputarei descobertas a ninguém, porque uma mesma idea pode vir a duas pessoas, porque sempre achei precariedade nos factos que alcançava, e a cada um o que lhe é devido."

Hercule Florence - A descoberta isolada da fotografia no Brasil



"Os brasileiros dão ótimos advogados, podendo desta forma aproveitar seu talento declamatório. Dão a vida por falar, mesmo quando é para não dizer nada. Com a a eloquência que esbanjam num único discurso, poder-se-iam compor facilmente dez em nossa terra; embora não possuam verdadeira eloquência nem marcada personalidade, falando todos com a mesma cadência tradicional usada em toda e qualquer circunstância. Tudo é exterior, tudo gesticulação e meia cultura. O fraseado pomposo, a eloquência enfática já são por si próprios falsos e teatrais; mas se você tirar a prova real, se indagar sobre qualquer assunto, não se revelam capazes de fornecer a informação desejada."

"Há pessoas na alta direção do partido republicano que não conhecem a história nem a constituição do país nem muito menos as das outras nações. Há outros, que se dizem partidarios do sistema filosófico do espiritual Comte, mas não compreendem os seus mais elementares ensinamentos. Alguns dão opinião sobre línguas estrangeiras, mas não sabem explicar nenhuma regra da sua própria."


"Querem possuir sem demora todas as novidades no terreno da técnica, mas os engenheiros para a montagem vêm da europa; quando estes se retiram, se por acaso se parte uma das peças das máquinas, nenhum nacional sabe consertá-la. Não se encontra profundidade em parte alguma;..."


"Fala-se muito na emancipação dos escravos e parece que a coisa vai caminhando. Todos os anos o Estado apresenta no orçamento um fundo de resgate; nas províncias, organizam-se sociedades abolicionistas e muitos escravos tornam-se livres por iniciativa própria. Não há duvida que é um lindo movimento, mas quanta lama vem a tona! Quanta sujeira aparece! ... Na provincia do Espirito Santo, há algum tempo, compraram de seus senhores dois escravos com a idade de 69 e 70 anos por mil marcos cada um!


Quem lucrou com isso? Esses pobres velhos cativos, já esgotados, que a morte bem cedo libertaria e que se viam agora arriscados a mendigar seu pão? Ou os seus senhores? ...Em Tatuí, um escravo no último grau de tuberculose foi libertado pelo fundo de emancipação estadual por um conto e quinhentos mil réis. Mas essas e outras trapaças e fraudes não são nada em comparação com a descoberta de que muitos escravos e escravas, já mortos, figuravam nas listas de sociedades abolicionistas, tendo seus ex-proprietários embolsado a soma do resgate, para depois de algum tempo, fazê-los morrer uma segunda e última vez."

 
Os meus romanos. Alegrias e tristezas de uma professora alemã no Brasil.
Livro composto por cartas escritas e enviadas a seus entes por Ina Von Binzer no período que esteve no Brasil, 1881 - 1883.