quarta-feira, 7 de março de 2012

Eterna adorada

Quando a própria voz dos pensamentos se cala
e em mim ressoa um canto doce e piedoso,
então, te invoco; ouvirás o meu apelo?
Das brumas frias em que nadas, irás libertar-te?

Irão iluminar a noite profunda
os teus olhos grandes, portadores de paz?
Ressurges das sombras dos tempos idos,
para ver-te voltar - como em sonho, assim, viva!

Desces devagar... perto, mais perto,
aconchegas-te novamente sorrindo à minha face,
oh, teu amor como um suspiro mostra-o,

com tuas pestanas tocas as minhas pálpebras,
que eu sinta a vibração do teu abraço
perdida para sempre, eterna adorada.

Mihail Eminescu