quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ensinamentos VIII

Certa vez, Iskander, tendo já conquistado todos os impérios conhecidos, resolveu ir além do mundo conhecido e vagou até os portões do paraíso.

Ao chegar lá bateu com sua espada nos portões.

Quem bate? gritou o anjo que a guardava.

Iskander, respondeu ele.

Quem é Iskander?

Iskander - o Iskander - Iskander Akhbar, (O Grande) - O conquistador do mundo!

Nós não o conhecemos, respondeu o anjo, esta é a porta do Senhor, e somente os justos entram aqui.

Compreendo, porém não aceitando, Iskander pediu alguma coisa para provar que ele realmente estivera às portas do Paraíso,

E um um velho crânio foi dado a ele pelo anjo.

Ao retornar a seu palácio, mostrou o crânio para os seus sábios, que o puseram em uma balança.

Mas nada que fosse posto no outro prato, fazia o crânio parecer mais leve.

Iskander derramou ouro e prata no outro prato, mas o crânio ficava mais pesado, ele teve de encher com mais coisas, acrescentando jóias de sua coroa, seu diadema, mas ainda assim o crânio superava em peso toda sua riqueza.

Então, um dos homens sábios, pegando um punhado de terra colocou em cima do crânio e eis que o prato contendo as riquezas se moveu totalmente para baixo.

Iskander espantado perguntou ao sábio, qual o motivo daquilo.

O sábio disse:

O crânio é o que rodeia os olhos do homem, aqueles que nunca se satisfazem a não ser quando a terra lhe cobre os olhos em sua cova, pondo fim a toda sua ambição.

O homem nasce com mãos fechadas, ele morre com as mãos abertas.

Em vida ele deseja agarrar tudo, deixando o mundo, tudo o que possuía desaparece.

Assim é o homem, pobre e nu, ele entra no mundo, pobre e nu ele sai.