quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O desamparo


"Seu inacreditável heroísmo dissolvia-se no desespero. 
Então, no acabrunhamento de todas aquelas enormidades desconhecidas, de todas as ameaças ressurgidas, atordoado pelo rumor das ondas, sentiu-se um ser desamparado de qualquer ajuda de Deus e dos homens. 
Nu, diante da ameaça do oceano e do infinito, esmagado pelas trevas, pela ameaça das águas, pela indiferença dos astros, deixou-se cair sobre a rocha. 
Juntando as mãos, bradou: "Piedade!"
E seus olhos fecharam-se de cansaço e impotência, num sono de morte."

Os trabalhadores do mar.
Capítulo 12

Victor Hugo